quinta-feira, 11 de setembro de 2008

PORTO MADEIRA UMA ALTERNATIVA PARA TURISMO RURAL



A Localidade de Porto Madeira, no Concelho de Santa Cruz, está a beneficiar de um projecto de restauração e embelezamento de casas de algumas aldeias.
Porto Madeira multicultural é um projecto levado a cabo pela a artista plástica, Maria Isabel Alves, conhecida no mundo artístico por Misá.
O projecto que já está já numa fase de conclusão visa recuperar e embelezar as casas com uma decoração artísticas que terá participação de artistas de várias nacionalidades. E esses já começaram a chegar ao país, desde Domingo, 3. São eles: Omar Camara de Senegal, Bouet Karl de Madagáscar, Ayeva Medjeva de Togo, Pierre Reuol, Anne Mourat, Marco Street, Bruno Yesset de França, Mimi Errol, Etté Ambroise, Amelie N'Zi, Pascal Nampemanla de Costa de Marfim, Ana Rita de Austrália, Misá, Heleno Barbosa, Mito Elias, Fernando Morais, Chaka Valentim, Severo, Albertino Silva, Jailson Alves, Dudu Rodrigues de Cabo Verde. Os artistas vão estar em Porto Madeira durante um mês.
Nesse projecto Porto Madeira Multicultural, para além das casas restauradas que inclui quartos para hospedes que vai ser gerida pela a Associação Jovens Unidos de Porto Madeira, também dispõe de uma residência para os artistas, o Camping dos Apaches, a Trinidade das Figueiras Presidências, um anfiteatro ao ar livre que chama Rotunda Meia lua, a aldeia dez ilhas, Ribeira do amor e Caminho poético.
A residência para artistas é um espaço para alojamento específico de artistas que querem dar o seu contributo desenvolvendo ateliers da sua especialidade.
O Camping dos Apaches é um recito para os amantes do campismos. De acordo com a Misá, foi uma forma de render homenagem aos povos índios da América.
As Trinidade das Figueiras Presidências são três figueiras dedicadas aos três presidentes da Republica, Aristides Pereira, António Mascarenhas Monteiro e Pedro Pires. Para lhes render homenagem essas três figueiras serão rodeadas de obras comemorativas dos traços históricos e políticos de Cabo Verde.
Na Ribeira do amor vai ser construída varias esculturas dedicadas a mulher contemporânea que deu grande contributo para humanidade ou uma mulher mitológica que a sua história serve como referencia. Essa ribeira é dedicada a Rainha Abla Pokou.
O Caminho poético propõe ao longo de quatro quilómetro, de 30 em 30 metros, uma obra poética de escritores cabo-verdianos e celebres frases de humanistas do mundo. No final deste percurso, vai estar uma estrutura com apresentação de cinco textos de poetas dos cincos continentes e uma antologia de poetas cabo-verdianos escrita por Mito, será gravada em Madeira.
As dez ilhas de Cabo Verde são apresentadas numa pequena aldeia de dez casas, actualmente vazias, que foram restauradas para evocar a história arquitectónica do país. Segundo a Misá cada uma destas casas tem a sua especificidade. Vão acolher artistas cabo-verdianos de cada ilha que as decoram respeitando a tradição.
Segundo Misá este projecto visa reforçar um modelo alternativo de turismo sustentável, dando oportunidade àqueles que buscam a tranquilidade, contacto com a natureza ou intercâmbio de experiências artísticas e culturais. A ideia é do desenvolvimento de arte e do turismo para valorização do meio rural e do património.


Fonte: Expressodasilhas online

PORTO MADEIRA PLATAFORMA DE ARTE LIVRE



A pacata localidade de Porto Madeira, Município de Santa Cruz, promove um mês de encontros, entre artistas de várias nacionalidades e de diversas modalidades como, escultura, pintura, fotografia, entre outras. O intercâmbio de arte iniciou desde dia 3 do corrente mês.
O costamarfinense Pascal Nampemanla, Pintor e fotógrafo, diz estar a viver uma experiência única, e que Porto Madeira é uma experiência e esperança. O artista afirma que a tranquilidade dessa localidade dá-lhe uma sensação extraordinária. "Aqui, não se ouve barulho das máquinas, mas sim barulho de tampa de panela".
O Pintor e fotógrafo diz estar impressionado com a arte cabo-verdiana e a generosidade das pessoas de Porto Madeira. "Estou fascinado pela beleza das pessoas desta comunidade, sobretudo dos velhos". Afirma emocionadamente, para ainda prometer fotografar os idosos desta localidade, em frente das obras que estão a ser feitas. Pascal, fascinado com Porto Madeira confessa que desejaria envelhecer nessa localidade. "Os idosos daqui vivem muito tempo, é porque a vossa natureza é generosa", diz o pintor e fotógrafo, afirmando que é um privilégio estar em Porto Madeira. "Se eu fosse um banqueiro nunca chegaria a esse local, mas como sou artista cheguei ao paraíso".
Quanto ao contributo, ao embelezamento o artista diz que quando ele for embora e verem o resultado final entenderão porque veio participar nesse projecto.
Falando já dos jovens de Porto Madeira que estão a aprender a arte de pintar, Pascal afirma que são atentos, curiosos e mostram prontidão em aprender qualquer coisa.
Jolie é uma artista plástica de origem cabo-verdiana de nacionalidade francesa que também participa no projecto Porto Madeira Multicultural.
É o primeiro contacto que a artista faz com o seu país de origem e diz que a energia que existe em Porto Madeira é muito intensa e criativa.
A artista diz que a troca de experiência em Cabo Verde está a influenciar a maneira de pintar que antes nunca tinha usado os tipos de materiais que esta a usar nomeadamente "corda de carapate" e "saco pó". "Normalmente trabalho com tela e óleo. Mas aqui, estou a usar os materiais desta localidade" diz Jolie para ainda mostrar que esse contacto com Porto Madeira está a influenciar também na escolha de objectos "antes pintava só corpo humano, mas agora pinto as montanhas as movimentações das pessoas".
A artista francesa atribui nota positiva às pessoas de Porto Madeira, "são muito acolhedoras" e "humildes" se dependesse dela passava a residir nessa localidade. "Aqui é um pequeno pedaço do paraíso".
O Pintor Senegalês Omar Camara conta com a sua terceira estadia em Cabo Verde, mas disse que esse é especial por ser encontro de artistas de várias nacionalidades e que não fazia o mínimo de ideia de como era Porto Madeira.
O artista mostrou que está a ensinar os jovens como fazer reciclagem de materiais que estão em desuso, dando-lhe uma vida artística.
O escultor e pintor, Tchaka Valentim é um dos vários artistas cabo-verdianos que estão a dar os seus contributos no projecto Porto Madeira Multicultural.
Tchaka afirma que a experiência tem sido positiva e que os artistas estrangeiros enquadram-se muito bem "e isso é muito bom para o projecto de Misá, assim como para Cabo Verde e particularmente para Porto Madeira".

Fonte: Expresso das ilhas online